Cyber Parker

Cyber-Parker não é jornalismo tout-court, é também uma forma muito livre de ensaísmo, permitindo questionar, correlacionar e analisar. Procura-se, mesmo, que a escrita seja analítica. É este o dúbio terreno em que se move. De jornalístico terá a citação, o chamar à fala os diversos protagonistas, bem como o propósito de dar a conhecer e a entender. Tudo o mais é filosofia ou mesmo literatura. Este livro é aquilo a que os ingleses chamam white elephant, pois abarca na sua lógica toda uma série de questões aparentemente laterais. Disserta sobre o prazer, ou a ausência dele nas músicas deste tempo anestesiado, sobre a morte, esse mundo tão apetecido neste era necropolítica, sobre a existência virtual mesmo após o desaparecimento físico de quem toca, sobre a deriva ou o seu substituto, a vertigem. Matérias que permitem ligar a música ao quotidiano, à vida as pessoas, velha aspiração da arte atraiçoada pelas exigências da especialização intelectual. Charlie Parker surge como o paradigma da música, não por intenção biográfica e sim enquanto símbolo.

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